Motivação
Sonho
Eu sempre tive o sonho de mochilar pela Europa. Conhecer outras culturas, outras pessoas, outras línguas, outros modos de vida.
Sonhava também em ver o berço de nossa cultura, de nossa civilização. Ver os locais que estudei na escola, ver onde nasceram os grandes impérios... Enfim, ver o passado que nos alicerça.
Só não realizei esse sonho antes por falta de dinheiro, tempo, e por pensar que haviam coisas mais importantes em que gastar.
A Exposição
Minha mãe é artista plástica, e havia sido convidada para expor em Lisboa – Portugal. Os tramites legais para a exposição foram extremamente demorados e confusos, e por fim, por culpa do atraso na assinatura dos papeis por parte do Ministério da Educação de Portugal, a exposição não pode ser realizada. Nesse episódio vi que o governo brasileiro é muito mais organizado e responsável do que o desse país europeu, dito de primeiro mundo. Nunca ouvi falar de algo semelhante por aqui.
Plano A, Plano B
Graças à demora no processo da exposição, e como depois de 7 anos trabalhando e estudando ininterruptamente eu e minha namorada tínhamos finalmente tirado nossas primeiras férias, decidimos fazer delas as melhores possíveis. Para tanto precisávamos ter um plano alternativo, caso a exposição não ocorresse.
Sempre fomos muito aventureiros, por isso após muito estudar, investigar, ver fotos, etc, decidimos nosso plano B: Machu Pichu.
Machu Pichu
Machu Pichu foi uma cidade Inca, cujas ruínas resistem até hoje. Ela se localiza próximo á cidade de Cuzco, no Peru. Cuzco é uma cidade também muito antiga, que conta com várias construções históricas incluindo construções espanholas feitas em cima de ruínas Incas. Para chegar a Machu Pichu é necessário passar por Cuzco.
Roteiro
Em nosso primeiro roteiro, pretendíamos ir para o Chile, cruzar o deserto do Atacama, seguir até Cuzco e de lá para Machu Pichu. De lá voltaríamos para Cuzco, em seguida para Lima e de Lima para o Brasil.
Transporte
A forma mais barata de transporte seria por terra, via ônibus e trem. Sendo assim, poderíamos pegar um ônibus até Foz do Iguaçu, aproveitando para conhecer as cataratas e a usina de Itaipu. De lá, atravessaríamos a fronteira para o Paraguai e seguiríamos de ônibus para o Chile. No Chile, cruzaríamos de ônibus também o deserto do Atacama até a cidade de São Pedro do Atacama, onde nos hospedaríamos para conhecer as atrações da região. Deixando São Pedro, iríamos novamente de ônibus para Cuzco, onde pegaríamos o trem para Machu Pichu. Depois, retornaríamos de trem para Cuzco, e seguiríamos de ônibus para a estação mais próxima onde pudéssemos embarcar no famoso trem da morte, (Acho que é em Santa Cruz, na Bolívia) e seguiríamos de trem e ônibus até o Brasil, provavelmente cruzando a fronteira na região de Corumbá e vindo para São Paulo. Esse plano poderia ter o seu circuito invertido, caso quiséssemos fazer compras no Paraguai (e não carregá-las até Machu Pichu).
Desistimos do plano terrestre ao avaliar a quantidade de acidentes de ônibus que ocorrem no Peru.
Pelo que pesquisamos, ocorrem diversos acidentes de ônibus na cordilheira todos os anos, e alguns sites inclusive atribuíam esses acidentes a má capacitação dos motoristas peruanos. ( http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/0,,OI2991517-EI8140,00-Acidente+de+onibus+no+Peru+deixa+mortos.html).
Sendo assim, decidimos fazer todos os trajetos de risco via avião. Com essa restrição, seguiríamos por avião até o Chile (cruzando a cordilheira), e de lá iríamos de ônibus pelo deserto até São Pedro do Atacama. Dali seguiríamos de ônibus para Lima. De Lima iríamos de avião até Cuzco, onde pegaríamos um trem até Machu Pichu.Voltando de Machu Pichu, pegaríamos um avião de Cuzco até Lima, e outro de Lima até São Paulo.
Por que o Plano A?
Em primeiro lugar, decidimos ir para a Europa porque... Queríamos ir para a Europa!
Depois, dado que eliminamos as rotas terrestres a viagem para Machu Pichu já não era tão mais barata que a para a Europa.
Além disso, como seria a nossa primeira experiência mochilando, era melhor ir para um lugar mais tranqüilo, com melhor infra estrutura, para podermos ganhar experiência e depois seguirmos para aventuras mais complexas como Machu Pichu (vale ressaltar que não abandonamos o projeto, só decidimos pelo projeto Europa agora ).
Um outro fator decisivo, foi que apesar de a previsão no tempo para a Europa não ser muito agradável (Chuva, Neve, etc), no Peru o clima também não era dos melhores. Chovia muito, o que além de ser ruim para passear torna as estradas mais arriscadas.
Ora, chuva por chuva, melhor tomá-la em Paris. Assim, fomos para a Europa.
